Perversa é a pessoa que identifica de maneira exemplar o que cada interlocutor quer dela, qual sua expectativa. E age de acordo, exatamente de acordo.
O problema está em que, para o perverso, isso passa a ser o motor de sua ação.
A pessoa perversa é sedutora e não tem empatia emocional, a capacidade de sentir o que as outras pessoas estão sentindo.
Como ela só gosta de si mesma, multiplica as atenções e sinais exteriores de afeto para atrair a atenção do outro. Com o único intuito de seduzi-lo para dominá-lo.
O perverso funciona ao contrário de um autista. O autista pode ser empático – sente a dor do outro, mas é menos capaz de reconhecer os sinais que lemos na fisionomia das pessoas, como franzir de sobrancelhas etc.
Mas o psicopata perverso leva vantagem porque ele sabe o que você está sentindo, capta isso rapidamente. E não é capaz de sentir a mesma coisa. Se observarmos a expressão facial de uma pessoa assim, notaremos que diante da dor alheia ela não mexe um músculo, só observa. E como sabe que não sente nada, logo vai dizer alguma coisa que demonstre o contrário, simulando empatia.
Isso dá a alguns uma grande vantagem, pois eles sabem o que os outros pensam e usam isso ou para virar a pessoa contra si mesma, ou para explorar o ponto fraco dessa pessoa colocando-a numa situação difícil em público, virando os demais contra ela.
Se os psicopatas são particularmente aptos a detectar a vulnerabilidade alheia, o perverso é o grande especialista.
Marly Peres