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Mundos possíveis

Arthur Schopenhauer (1788-1860), que o filósofo espanhol José Ortega y Gasset (1883-1955) descreveu como um “gigante feito de rugas e com ácido nas veias”, fez um comentário realmente ácido sobre uma explicação de Leibniz.

Foi assim : Leibniz (1646-1716) tentou justificar como o Deus dos cristãos pode permitir a existência de males neste mundo, argumentando que Deus tinha criado o melhor dos mundos possíveis. E que mesmo que não se possa dizer que nosso mundo é perfeito, seguramente os outros são ainda piores.

Muitos filósofos duvidavam que este nosso mundinho fosse o melhor possível, mas a pá de cal veio de Schopenhauer, que com seu conhecido pessimismo mordaz declarou que este deve ser o pior :

– Eu só conheço o mundo real, não tive o prazer de conhecer os possíveis.

Marly N Peres

Com seu habitual sarcasmo, Schopenhauer disse uma vez que a poligamia lhe parecia ser mais natural e benéfica do que a monogamia e que por esse motivo deveria ser institucionalizada. Até porque, dizia ele, os homens são mulherengos na primeira metade da vida e traídos na segunda – então é bom aproveitar.

Mas admitia que havia um inconveniente :

– Se a poligamia for adotada como sistema, teríamos a vantagem de não sermos obrigados a ter um contato tão estreito com os padres, que são responsáveis pelo fim de tantos casamentos, pelo terror que inspiram. Mas é melhor pensar bem : dez sogras em vez de uma ?!

Marly N Peres