Depois de falar sobre a redenção pelo $ e pela fé (no podcast do Base), aqui comento o último modo de redenção daqueles que tomam dinheiro emprestado ou daqueles que corrompem e se corrompem – a redenção pela justiça. Farei isso a partir das considerações de Cesare Beccaria, inventor da justiça penal moderna.
Ele nos diz que a prisão não é concebida como um local de reparação das faltas, ou seja, do passado, mas sim como um meio eficaz de prevenir o mal, ou seja, o futuro.
O objetivo da pena, escreve o jurista do Iluminismo, não é atormentar ou afligir um ser sensível. Não, o objetivo do castigo é impedir o culpado de prejudicar ainda mais a sociedade e servir de exemplo para outros cidadãos, que podem ficar tentados a cometer crimes semelhantes.
A punição é, então, avaliada por sua utilidade social, e não por suas virtudes expiatórias. A função do malandro na prisão é evitar outros malandros.
Assim, resumindo as 3 concepções de redenção, você escolhe se daria a esses malandros corruptos todos uma chicotada, uma auréola ou uma tornozeleira eletrônica.
Marly Peres